quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O peso das "coisas"

Esses dias, "danto uma geral" na minha casa, me deparei com um problema que acredito que muitos de nós passamos: o de se livrar das "coisas"!
Como foi difícil me desfazer de presentes, roupas, cacarecos, papéis, documentos, objetos de papelaria que eu amo, sem contar com os livros, esses, que eu não consegui doar nenhum sequer!
Comecei a refletir sobre este sentimento que estava quase insuportável, me atrapalhando demais e acredito que o que eu senti foi medo. Medo de me desfazer deles e estar abrindo mão de mim mesma. Naquele momento, cada objeto assumia um significado, uma força muito maior do que ele em si."Os objetos são vistos como uma extensão da nossa personalidade", diz Arthur Shaker, antropólogo.
Mas de onde vem essa mania de acumular coisas? Será que precisamos mesmo de tudo o que acumulamos?
Nossos antepassados viveram em épocas de guerra ou de migração e acumulavam, guardavam mais, por conhecer a carência. Mas hoje, ao contrário disto, vivemos numa sociedade de consumo que estimula a posse e praticamente não temos dificuldades em adquirir mais e mais pertences.
Ao viajar pela a Europa por exemplo, percebi que nós brasileiros, temos tudo exagerado, casas grandes com cômodos enormes, roupas que abasteceriam duas ou mais pessoas, refeições abundantes...
Acredito que não temos motivos reais para temer o futuro, medo de se livrar e não conseguir aquilo novamente.
"Muitas vezes, guardamos algo de alguém como se fosse uma homenagem", comenta uma psicóloga de família. Se jogarmos fora, nada vai mudar. As pessoas que nos presentearam continuam sendo as mesmas, nossos sentimentos por elas também.
Foi então que comecei a me livrar de várias "coisas" e tornar útil o que realmente eu não queria me desfazer. Não existia a menor razão para continuar a manter estocados objetos que eu considero importantes!
É válido ressaltar que gerar lixo não é bom. Talvez seja melhor em muitos casos não adquirir!

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