Não existe nada mais dolorido e gratificante do que conhecer verdadeiramente alguém. Constatar seus defeitos, qualidades, sonhos, planos, expectativas. Dolorido pois, nem sempre a verdade que encontramos é a que esperamos encontrar, e gratificante pois é ela quem nos traz o alívio da transparência. Talvez se não esperássemos nada das pessoas nem passaríamos por isso. Mas como será uma vida sem expectativas? Eu não conheço. Gosto do frio na barriga que elas me provocam. Talvez se as pessoas não encenassem tanto no teatro das suas vidas, não nos encantaríamos tanto pelo espetáculo, nem pagaríamos tão caro por ele. Sem contar as pessoas que encenam tanto que acabam te confundindo e confundindo a si próprias. Essa idéia de reprimir sentimentos, auto-controle exacerbado parece-me tão triste e vazia. Porque alguém precisaria se conter tanto diante da sua verdadeira essência? Onde fica o sentimento genuíno e limpo que vem do coração? Aquele verdadeiro, que eu acredito que todo mundo conhece? Muitas não exteriorizam, pelo que me parece, mas acredito que conhecem. Aonde será que elas guardam? Aonde caberia? Será que tudo isso tem a ver com medo?
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