No sonho ela parecia estagnada, morta. Sua boca estava roxa e seus longos cabelos loiros, não naturais como são, eram ressecados e feios. Ela parecia ter sido sugada. Confesso que me senti aliviada. Não por ela é claro, mas por mim, por não ser eu. Já imaginou se fosse? Provável que hoje estivéssemos mortos. Mortos de amor e daquelas explosões lembra? Mas o que eram aquelas explosões? Até o rato preto veio na minha memória...o taco de madeira...a bota preta... tudo ao som de ''ex-factor'', desde a primeira vez, naquele sofá branco, no dia do seu aniversário.
Tudo em você era vulgar. Seu cabelo cheio, aquela pulseira com chapa de prata, bracelete de couro barato. Era óbvio que sua casa não seria diferente. Até a linda poltrona antiga em capitonê sentia a repressão do engano. Teu cheiro completava o cenário sujo que eu tentava salvar. Mesmo a melhor parte de minha alma não conseguiu camuflar o nojo que eu sentia. Quanta prepotência a sua.
Tudo em você era vulgar. Seu cabelo cheio, aquela pulseira com chapa de prata, bracelete de couro barato. Era óbvio que sua casa não seria diferente. Até a linda poltrona antiga em capitonê sentia a repressão do engano. Teu cheiro completava o cenário sujo que eu tentava salvar. Mesmo a melhor parte de minha alma não conseguiu camuflar o nojo que eu sentia. Quanta prepotência a sua.
Seu apartamento era horrível, nostálgico. Nem os quadros você teve o cuidado de pregar na parede, ficavam apoiados ao lado da mesa vulgar de jantar. Vulgar também era o banheiro, as toalhas espalhadas pela casa. Tudo em você sempre foi vulgar. O que tínhamos não podia ser menos vulgar.
Um dia descobri o que tinha feito. Aliás o que sempre fazia e que te deixava assim, tão afoito, tão viril. Experimentei....e como gostei, mal sabia você o quanto eu gostaria, e o pior é que isto eu não gostava por você. Gostava mesmo... arrepiava tudo... como no dia do teu aniversário. Quanta ingenuidade minha, até te dei as mãos. E você se assustou. Mas não largou nem por um minuto. Dançamos juntos, bebemos, nos beijamos e terminamos no sofá branco.
Você ligou o som, abaixou a luz e tirou meu lenço e soltou meu cabelo. Lembra como meu cabelo estava comprido? Terminava no meio das minhas costas. Você puxou bem ele para cima e me beijou a nuca, foi abrindo minha camisa nova do desfile... a camisa amarela de seda lembra?
A música estava bem alta e nós dançamos, como dançamos... parecia que tínhamos ensaiado... era tudo tão harmônico...
E o sonho? O bebê estava salvo, seguro e sadio mas você estava péssimo, igual a ela. Diferente demais de como te vi hoje.
Eu sei que tem medo de perder o que conquistou até agora, fique tranquilo. Sei o quanto a família é importante para você. Você que me ensinou tanto... eu te devo tantos agradecimentos. Agradecimentos que o meu orgulho imaturo, nunca me deixou lhe dar.
Mas agora posso lhe dizer verdadeiramente como as cinco palavras baixinhas e tímidas que trocamos hoje, que eu te agradeço muito por tudo. Por tudo o que me ensinou no meio de toda aquela loucura. Sou muito grata a você. Obrigada.
UIIIIIIIIIIIIIIIIIII !!!! ESSA NOSTALGIA FOI LOUCA !!! AMEI !!! LINDO E MUITO PROFUNDO !!!
ResponderExcluirVAI FUNDO !!!
TE AMO
TATI
Paulinha, minha linda!! acho que esse texto vai dar um puta conto! o que acha ? vamos desenvolver esse aí!? deu pra perceber que saiu das entranhas....!é isso aí.....? agora tem uma história daquelas que vale a pena contar....e tem o tesão necessário da beleza, da dor , do cansaço e da esperança.....Gostei!
ResponderExcluirbeijos e dos grandes
É Joao...o que falta no outro é verdade....verdade de verdade rsss....mas eu quero muito o outro...vou tentar mesmo assim...mas podemos partir desse, eu topo!bjocas
ResponderExcluirTati amiga, prepare-se! As Marias virão com tudo!Bjo te amo!
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